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domingo, 27 de novembro de 2011

Carência afetiva

A carência afetiva é um mal que atinge todas as faixas etárias, culturas e classes sociais. É pior que a gripe, que vem e vai embora, ou uma doença que mata de vez. É um mal que consome as pessoas devagarinho.

A indiferença da sociedade atual face aos problemas do mundo, faz com que as pessoas sintam-se sozinhas e carentes. Preferimos fechar os olhos ao que se passa ao nosso redor (e mesmo fora dele!) do que enfrentar a realidade da vida dos outros, dos seus problemas. Há cada vez mais pessoas solitárias enquanto a população cresce.

As pessoas têm sede de amor. O problema é que raramente querem ser fonte. E nessa engrenagem há muita gente infeliz. Então corre-se de um lado para o outro, alguns tentam achar compensação a nível profissional, outros em religiões, crenças e seitas.

A internet também faz parte desse mundo. Fecha-se aqui, procura-se amores, amizades e certezas de que alguma coisa ainda existe capaz de compensar a falta de afeto. E enganam-se. Engana-se os outros e a si mesmo.

Quando Jesus andou na terra, tenho certeza que não precisava de nada. Ele era auto-suficiente. Apesar disso, viveu tudo: Ele andou, trabalhou, se entristeceu, chorou, sentiu fome, angústia, dor, morreu e ressurgiu. E vivendo tudo isso, amou. Amou até o fim, até pedir perdão para os que o crucificaram. E tudo o que Ele viveu, foi para nos mostrar o exemplo. De nada serviria se Ele tivesse pregado e não vivido as próprias palavras. Como nós. Mais que falar, precisamos viver.

O dia que as pessoas compreenderem que a solução está dentro delas mesmas, então o mundo terá uma chance de sair desse caos. Se você quer ser amado, ame! Quer receber um sorriso? Sorria! Quer receber e-mails? Mande! Quer carinho? Dê ternura até não agüentar mais. Quer atenção? Seja atencioso!

Talvez não funcione imediatamente. É um remédio que precisa de um tempo para começar a fazer efeito. Mas, quando você estiver curado interiormente, vai ser outra pessoa, de maneira tal que será impossível não receber de volta a felicidade que espalhou. Temos a mania de querer comprar tudo. Mas muitas coisas da vida precisamos plantar, cuidar e colher com nossas próprias mãos. Nem tudo se vende e se compra e afeto faz parte dessas raras coisas.

Não amamos a Deus por que Ele nos amou primeiro? Então, vivamos de maneira que possamos ser os primeiros a dar afeto, amor, atenção. Sejamos os antídotos do ódio e da indiferença. Tudo o que virá após, será compensação. Estaremos contribuindo assim para uma sociedade mais humana, mais justa e mais equilibrada.

Letícia Thompson

Um comentário:

  1. É chegado o tempo de pensar no amor
    inefável brando contundente pungente indolor
    pais irmãos mesa pão
    marido esposa filhos amigos irmãos
    criaturas paixões na imaginação
    quebranto no corpo
    fogo na alma
    mola para o desejo
    de união

    tôsco refinado seco estéril terra semente
    eu amo a vida
    eu amo aos amigos
    eu amo a minha imagem no espelho

    o pão se multiplica
    a população terrena cresce em rápida geometria
    quanto amor queremos
    de quantos baldes de amor vamos precisar
    são tantas mentes
    tantas barrigas

    Príncipe "do passado", como te amo,
    Amor puro abstrato deletério amor, como eu amo...


    º
    º
    º
    Desculpe, sr.Hosaka.
    Não resisti.
    Criei esses versos agora mesmo, inspirada nessa crônica,que mexeu em "algo em mim".

    Uma boa noite ao sr.

    -Nihil

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