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domingo, 24 de junho de 2012

Hippolyte Léon Denizard Rivail

Eu nunca levei o Adilson à sério, hoje comecei a reler os textos dele, e comecei com o rivailismo de que ele tanto fala. Usei o Wikipédia, e ele me linkou no artigo sob o título "Allan Kardec". Fiquei envergonhado, o Adilson estava falando o tempo todo da Doutrina Espírita, só que ao invés de usar o pseudônimo mais conhecido do planeta, ele usou o nome civil do professor que viveu na primeira metade do século XIX, na França.

No mínimo, preciso pedir desculpas ao Sr Adilson. Não dei a importância que devia no tempo do UOL, do Terra e boa parte do Blogue da Sônia (agora, você é obrigado a baixar o Google Chrome, senão você não tem como publicar qualquer mensagem por aqui).

Ou seja, vejo nos comentários do Adilson de que ele critica o espiritismo, começando pelo nome do autor dos livros. Por que ele usa um pseudônimo ao invés de usar o seu nome verdadeiro? O Adilson faz sugerir que o professor tinha vergonha do que andava escrevendo, e para proteger seus filhos, netos, bisnetos e todas as gerações futuras é que ele decidiu deixar o nome de sua família bem longe do que ele andou escrevendo, presumo que fala sobre a existência do espírito.

Ou seja, o espiritismo não passa de uma crônica e que não é para ser levado a sério, esse é o núcleo das mensagens do Sr Adilson. E por que o Sr Adilson tem tanta bronca do professor Rivail? Só nessa semana é que tivemos a resposta: porque ele perdeu oito anos da vida dele, lendo o livro do professor.

É mais ou menos parecido com a minha história. Eu gastei todo o ano de 1984 para ler a Bíblia, e no final não acabei encontrando Deus nenhum, e por isso decidi me ingressar na Igreja Apostólica de Roma para saber como os católicos conseguem adorar algo que não existe, a famosa Missa que ouvi falar desde o tempo de criança. Eu acho a Missa sensacional, não tem nada a ver com a Bíblia, mas é o melhor empreendimento comercial que eu conheci em toda a minha vida, até conhecer o App Store da Apple Inc.

Eu não sei rezar, e várias vezes eu me tropeço, quando tento repetir Ave Maria e o Pai Nosso, em teoria as orações mais fáceis da Igreja Católica. Participei de algumas procissões, bem como fui várias vezes à Nossa Senhora, participei de vários encontros ecumênicos, patrocinados pelo grupo mais avançado da Igreja no Brasil, tendo como principal ícone o Leonardo Boff, até que um dia o chefe lho chamou e deu uma tremenda bronca. Foi uma época divertida e proveitosa. Agora, é a hora da volta da tradição, de cantar a Missa, coisa que eu detesto, mas chefe é chefe, e eu sou apenas um burro que tem que amarrar a corda aonde o chefe manda. Enfim, só existem duas maneiras de ganhar dinheiro: usando o método revolucionário da inovação como mostrou Steve Jobs ou o método tradicional, curvando-se de joelhos à vontade daquele que possui os meios de produção. A Igreja Católica só serve para ensinar a como engolir os desaforos que a gente leva para casa dos chepones, gepones e diretopones. Claro que nem todo católico consegue ficar em silêncio, e muitas vezes dá um murro na mesa do chepone, deixando todo o destino mais uma vez nas mãos de Deus.

Enfim, o Adilson está fazendo a coisa certa, descontando nesse Blogue todo o seu ódio por ter perdido oito anos de sua vida. Eu não sei se Deus existe, se os espíritos existem, mas o alerta do VaiVolta é válido. O Sr VaiVolta lembra uma velha discussão da Igreja Católica sobre Apocalipse do apóstolo João, tudo leva a crer que se trata de eventos futuros, mas muitos chegaram à conclusão de que se trata de um livro criptografado que fala do passado, e que o João teve que usar desse artifício para ludibriar a censura do Império Romano: quem sabe se o professor Rivail não estava na mesma situação? Enfim, há mais coisas do que carne, osso e pó: por que não chamá-los de espírito? E para que usar o nome verdadeiro se o papel aceita nome falso e até profecias falsas?

2 comentários:

  1. como o sr.me imagina,(2)domingo, junho 24, 2012 9:22:00 AM

    o primeiro texto,foi escrito há umas semanas atrás.

    Essa crônica,será sobre um evento imaginário.

    Estou indo para um retiro religioso.
    Uso roupas indianas,bolsa de ráfia, chinelos de pano,e uma leve maquiagem.
    Pareço,nessa data, a cantora Tetê Espíndola.
    Levo também, um colchonete.

    Dirijo minha "lata véia" até um sítio numa cidade do interior,dou carona a mais dois.
    Ou eu mesma,"pego carona".
    Na bolsa,está meu "note".(quando fui,levei um rádio de pilha,pois ainda não era incluída digital)

    Almoços,lanches e jantares,são baseados na culinária indiana.
    Nas primeiras horas da manhã,fazemos meditação coletiva.
    Há palestras sobre o dharma,e uma seção de perguntas e respostas.
    De tarde,a mesma coisa.
    De noite,tem uma cerimônia.

    Lavamos nossa louça,mas o restante do serviço,é por conta do sítio onde nos hospedamos.(que talvez,seja um convento católico,que assim ganha dinheiro,para sustentar um orfanato)

    Após "cumprimentar sri Santinho" no salão principal,vou para o quarto.
    Tomo banho,ligo a televisão,em seguida,(se tem internet), entro no blog do sr.William,e depois,aqui.
    O Contravocê aparece.
    Alguma coisa assusta ele.(hehe!)
    Acabo dormindo com o "note" em cima de mim.
    No criado mudo, tem alguns ícones relgiosos,que eu trouxe junto.(estatuetas budistas,compradas na feira de artesanato da pça da República)

    A rotina dura três dias.
    Só música chinesa- nos eventos.
    Fico próxima de alguns,conversamos bastante.
    A comida "diferente" me deixa "zen",e pálida.
    Ouço e vejo natureza,como há muito,não fazia.
    Em meus passeios pelo bosque,passo por touceiras de flores cujos nomes não conheço,e vejo regatos que ficam bem abaixo de mim.
    Os beija-flores riscam os céus.
    Os pintassilgos também.

    Engraçado,na cidade,eu ansiava pela paisagem natural.
    Agora,eu estou ansiando pela paisagem urbana.
    Deparo em cada "picada" com uma estátua de sri Santinho,que parece me aconselhar a aproveitar cada momento da minha vida,não importa onde eu estiver.
    Um cachorrinho,late ao longe.

    No dia de voltar à vida normal,abraço a alguns recém conhecidos.
    No meu carro,ou num trem de metrô,já usando uma boa calça jeans,e com o cabelo despenteado,como sempre,a bolsa de ráfia perto(ou nas costas),e o colchonete idem,penso nas faturas do mês.
    Paguei a conta do passeio,antes.
    O comprovante,está numa das minhas bolsas,guardadas no sótão.

    Chego em casa,toda sorrisos,para as pessoas.
    Minhas sobrinhas dizem que estou negona.(tomei muito sol)
    Retomo as tarefas de sempre.
    Por uns dois meses,estarei muito calma.
    Depois, "aterrizarei",um pouco decepcionada.
    Ah,a vida no mundo...
    ...por ora,estar no Nirvna,custa uma viagem,um tempo,e um planejamento.
    Numa cerimônia comum no templo,eu e alguns brothers,planejaremos novo encontro,para dali a uns meses.
    O "céu na terra" vale a pena ser vivido,nem que for esporadicamente.
    Para nos motivar a fabricar o "mundo da utopia" em nossa vida normal.

    (hehehe...!
    O último evento assim onde estive,foi em 2.001.
    Não pude ainda, estar em outro)

    Bom domingo a todos.

    -srta Nihil

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    1. Bom dia, Srta LG,

      A última vez que fiz um retiro rural foi em 1981, nas cidades de Poços de Caldas e Cabo Verde, na terra da Doutora Sonia. Tanto eu como o meu ex-cunhado não tínhamos nenhuma lata velha, sempre caminhávamos à pé, por montanhas bastante inclinadas, observados por bois e vacas que gostavam de bloquear as ruas de terra. Andar é gostoso, mas dá muita fome, e é difícil recusar um almoço, principalmente quando o mineiro faz questão que você coma na casa dele. O mineiro é gente fina, bem diferente do paulista de Campinas ou de São Paulo.

      Após o meu ingresso na Igreja de Roma através da Paróquia Santa Tereza de Ávila, eu percebi que ficou muito, mas muito mais fácil, passear em qualquer cidade desse Brasil. Você pode usar qualquer paróquia como o seu ponto de partida. Foi assim na Catedral da Sé em São Paulo, é assim na Paróquia da Imaculada Conceição, e o melhor é que você não é obrigado a participar de um grupo de estudo bíblico, isso é coisa exclusiva daqueles que ajudam o padre a celebrar a missa. Até conhecer a princesa, eu era um solitário sem rumo e sem destino. Após a Santa Tereza, eu gostei da experiência da minha inclusão espiritual.

      O Padre José afirmou que eu recebi o Espírito Santo, eu não tenho como confirmar isso, mas que eu me sinto mais a vontade nas paróquias, isso eu sinto. Graças ao meu certidão de batismo, eu me sinto mais dono do meu nariz e mais auto-confiante para medir a minha relação com Deus através da distância física entre mim e a Paróquia. Enfim, eu não sei mais o que é estar só, pelo menos eu sei que em qualquer paróquia posso adentrar e lá pedir, pedir e pedir a Jesus que ilumine os dias que me restam. Claro que Jesus quer que eu ajude o padre a manter a paróquia de pé, assim todo santo mês deixo alguns trocados, mas celebrar a Missa junto ao padre, isso não é a minha praia, pois, tanto quanto você, eu adoro calça jeans e chinelo de borracha, seja nas ruas de terra ou de pedras.

      Um bom domingo a você, também,

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