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terça-feira, 3 de abril de 2012

O Santo Sudário

Os evangelhos contam que no terceiro dia depois da morte de Jesus, Pedro e outro apóstolo entraram na tumba e viram jogado no chão o lençol que teria envolvido o corpo de Cristo. Seria o Santo Sudário, descoberto na Idade Média, muito depois da crucificação.

Quem defende a autenticidade do Sudário destaca, por exemplo, que a marca dos pregos está nos pulsos, e não nas mãos, como aparece nas pinturas. Se Cristo tivesse sido pregado pelas mãos, elas não aguentariam o peso do corpo e se rasgariam. Outro sinal, seria o ferimento provocado pela lança de um soldado romano, que é mencionado na Bíblia. E na cabeça, estão as marcas da coroa de espinhos, com sangue escorrendo. Um livro que está sendo lançado agora traz de volta essa grande polêmica.

Ciência e fé jamais concordaram. De acordo com os evangelhos, foi Pedro - acompanhado de outro discípulo - que encontrou o Sudário dentro do túmulo em que Jesus havia sido sepultado. Para os crentes, uma prova da ressurreição. Para os céticos, um indício de fraude.

O historiador de arte, Thomas Wesselow, que mora em Cambridge, na Inglaterra, decidiu investigar as supostas provas e os inúmeros argumentos de quem acredita e de quem nega a autenticidade do Sudário. O resultado da pesquisa que durou sete anos foi um livro de quase 500 páginas.

“Tento explicar que ele é a origem da crença na ressurreição de Cristo. E foi essa crença que deu início ao cristianismo. Eu explico no livro que o nascimento da religião cristã vem da percepção de um milagre. E atribuo essa crença ao extraordinário descobrimento de uma imagem na roupa mortuária de Jesus”, responde Wesselow.

O autor não arrisca dizer que o Sudário é prova cabal da ressurreição. Segundo ele, comprovar ou desmentir que Jesus ressuscitou não foi seu objetivo.

“Fiz questão de mostrar apenas que o Sudário foi a semente da fé. É crucial entender que naquele tempo as pessoas viam imagens como algo místico. Principalmente as imagens naturais, como sombras e reflexos. E o Sudário, por conter uma imagem, foi percebido como uma cópia viva de Jesus”.

Para os céticos, o pano teria sido forjado. Uma pintura barata, mal feita, de um suposto homem ensanguentado. Uma enganação.

Mas, no fim do século 19, ao fazer uma foto do Sudário, o fotógrafo Secondo Pia notou que a imagem aparecia em negativo. Dava para ver, principalmente o rosto, em alto relevo, de forma tri-dimensional. Mais tarde foi possível também constatar que as manchas no pano eram mesmo de sangue. A descoberta causou um rebuliço na Igreja e também na ciência.

O escritor do novo livro sobre o Sudário observa que ninguém costumava pintar com sangue na Idade Média, época em que o Sudário teria surgido. Mas, para ele, a principal prova da autenticidade do Sudário são os grão de pólen encontrados na trama do tecido: eram de plantas da região do Mar Morto. Além disso, foi detectado mofo que coincide com o encontrado ao redor de Jerusalém.

Novamente os céticos apresentaram explicações. Tanto o pólen quanto o mofo poderiam ter sido trazidos por pessoas que estiveram na Terra Santa e que depois manusearam o Sudário.

Para tentar acabar com a polêmica, em 1988, quando a igreja finalmente permitiu que fossem feitos testes de carbono 14, que permitem apontar a idade de qualquer material de origem orgânica.

Os testes foram feitos em universidades de Zurique, na Suíça, de Oxford, na Inglaterra, e do Arizona, nos Estados Unidos. Pedaços do tecido - que aliás coincide com a tecelagem típica do Oriente Médio no primeiro século da Era Cristã - foram recortados para a análise. E os três laboratórios concluíram que o Sudário é um artefato medieval. Teria sido confeccionado entre 1260 e 1390. A partir desse resultado, a Igreja passou a exibir o Sudário apenas como relíquia histórica.

Os defensores do Sudário dizem que o teste de carbono 14 pode ter falhado, porque a amostra examinada pelos cientistas teria sido um remendo feito no Sudário na Idade Média, depois que ele escapou a um incêndio.
Na Itália, onde o Sudário está guardado, a repórter Ilze Scamparini também investiga o mistério dessa relíquia.

O lençol de linho, de mais quatro metros de comprimento, com a imagem de um corpo e de um rosto, que chegou à Itália há mais de 400 anos. É de propriedade da Santa Sé e fica guardado na catedral de Turim, no norte do país.

O Santo Sudário está estendido em um altar, dentro de uma longa caixa lacrada que só pode ser aberta pelo arcebispo de Turim, com a autorização do Vaticano. Dois papas já visitaram esta capela. Em 1980, João Paulo II beijou o lençol de linho que os católicos consideram uma relíquia. Em 2010, na última vez em que o Sudário foi exposto ao público, Bento XVI também esteve aqui, junto com dois milhões de fiéis.

O que ainda ajuda a alimentar o mistério é que até hoje ninguém conseguiu fazer uma reprodução exata da imagem. Os melhores resultados foram obtidos na Universidade de Pavia.

O químico Luigi Garlaschelli usou pigmentos naturais para tentar imitar as marcas impressas no pano. Pintou o corpo de um voluntário e o envolveu no lençol.

"Acho que o Sudário foi feito na metade de 1300, por um artista. reproduzindo esse procedimento, com um envelhecimento acelerado, obtivemos todas as características misteriosas do Sudário", diz ele.

O diretor do centro que coordena as pesquisas mundiais obre o Sudário, Bruno Barberis, reconhece que essa pesquisa foi bem feita. Mas afirma que, no Sudário de Turim, não há presença de óxido de ferro, o pigmento usado na experiência.

"O Sudário é moderno porque fala através de uma imagem. Pode ser um objeto importante para o homem de hoje. Que pode ver uma imagem que o ajuda a compreender o que o evangelho conta."

É possível que futuramente, novos testes possam ser feitos, mas não se sabe nem quando será exposto novamente. Verdadeiro ou falso, para a Igreja o lençol de linho è uma riqueza que pode ser exibida a qualquer momento.






Certa vez vi um documentário  no Discovery Channel , onde  mostrava-se a possibilidade
 dO Santo Sudário ter sido feito por  Leonardo Da Vinci.

O Sudário, a mortalha que envolveu Cristo depois de sua morte, poderia ter sido pintada por Da Vinci, pois na idade  média era um negócio lucrativo falsificar relíquias sagradas.
Leonardo foi um gênio, que estudou anatomia, engenharia, astronomia, etc.

Embora Da Vinci tenha nascido 100 anos após o aparecimento do Sudário ele teria com sua técnica dado ao Sudário a forma conhecida hoje, ou seja a relíquia inicial, sido melhorada por Da Vinci.


Mais leitura dobre o Santo Sudário (em inglês):
http://www.judaismvschristianity.com/messiah2.htm



(Selma)

2 comentários:

  1. Isso me fez lembrar o teste da farinha, no tempo do Terra. De acordo com a tese do professor, quanto maior o centro da farinha, menor era o caráter de quem estava sendo testado. Eu acredito que o Terra foi proveitoso, de lá estudei um pouco mais sobre o famoso carbono 14, mas hoje eu não lembro mais como aquilo funciona.

    Eu acho difícil avaliar a idade de qualquer matéria, tendo como premissa o colorário de Lavosier, onde nada se cria nesse universo, tudo se transforma. Eu, por exemplo, tenho 53 anos, bem menos que o suposto Sudário da Idade Média. Mas se nem eu e nem o Sudário foram criados no Universo, e somos apenas uma parte da transformação, logo a minha idade é exatamente a mesma do Sudário, ou seja, as nossas moléculas tem exatamente a mesma idade do Universo, exatamente 6.000 anos, quando o Pai Todo Poderoso criou as primeiras moléculas desse Universo.

    Como criar uma molécula do nada, essa sim é a maior dor de cabeça no mundo religioso e científico. Veja o caso do espiritismo que defende a tese de que os espíritos são indivisíveis e que eles são a base da vida no Planeta, ninguém consegue viver se não tiver um espírito dentro dele. Sem assim for, cada planta, cada animal, inclusive até o cachorro do Sr MB tem espírito. Mas quantos espíritos o cachorro do Sr MB tem? Se defendermos a tese espírita de que só pode haver um espírito para cada cachorro, podemos deduzir que a reencarnação é uma fraude. Ou seja, não é possível um espírito de um médico alemão alojar num corpo de um outro médico ao mesmo tempo. Ou, se isso for possível, quantos espíritos nós temos dentro de cada um de nós? A partir daqui podemos deduzir que não é possível medir o caráter do Sr MB através do carbono 14, pois ele não consegue identificar todos os espíritos que temos dentro de nós, quando muito a idade da molécula que foi gerada há 6.000 anos, e aqui o teste da farinha tem o seu valor. Será que o cachorro do Sr MB passaria nesse teste?

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  2. Ai,mia santinha.
    Então de quem foi o sangue encontrado no lençór?

    (Nihil- eu que pergunto o que vc está fazendo aqui,Docontra...)

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