Ramadã ( ou Ramadan) é o nono
mês do calendário islâmico. É o mês durante o qual os muçulmanos praticam o seu
jejum ritual, o quarto dos cinco pilares do Islam. A palavra Ramadã encontra-se
relacionada com a palavra árabe ramida, “ser ardente”, possivelmente pelo fato
do Islã ter celebrado este jejum pela primeira vez no período mais quente do
ano.
É um tempo de renovação da
fé, da prática mais intensa da caridade, e vivência profunda da fraternidade e
dos valores da vida familiar. Neste período pede-se ao crente maior proximidade
dos valores sagrados, leitura mais assídua do Alcorão, frequência à mesquita,
correção pessoal e autodomínio .
É o único mês mencionado pelo
nome, por Deus, no Alcorão:
O mês do Ramadã foi o mês em
que foi revelado o Alcorão, orientação para a humanidade e evidência de
orientação e discernimento.
É o nono mês do calendário
islâmico. Uma vez que o calendário islâmico é lunar, o Ramadã não é celebrado
todos os anos na mesma data, podendo passar por todos os meses e estações do ano,
conforme a progressão dos anos, porém sua duração é entre 29 e 30 dias.
O mês inicia-se com a
aparição da lua no final do mês de sha'ban (oitavo mês no calendário lunar
muçulmano).
O jejum é obrigatório a todos
os muçulmanos que chegam à puberdade. A primeira vez em que um jovem é
autorizado a jejuar pelos pais constitui um momento importante na sua vida e
uma marca simbólica de entrada na vida adulta1 , tendo em vista o que diz no
Alcorão: "... e aquele dentre vós que presenciou a Lua Nova deste mês (Ramadã),
deverá jejuar, e aquele que se encontrar enfermo ou em viagem, jejuará depois o
mesmo número de dias...". Alcorão Sagrado (Surat Al-Baqara - C.2,
Versículo 185).
Há várias justificativas
válidas para não jejuar: enfermidade, gravidez, lactante, menstruação, o idoso
ou uma potencia incurável. Se o jejuante comer, beber, ou tiver relação sexual
durante o período do jejum, este será anulado. Caso este venha a quebrar
inadequadamente seu jejum é obrigatório ao crente jejuar durante 60 dias
seguidos1 .
O jejum é observado durante
todo o mês, da alvorada ao pôr-do-sol, o jejum também aplica-se às relações
sexuais. O crente deve não só abster-se dessas práticas como também não pensar
nelas e manter-se concentrado em suas orações e recordações de Deus, sendo
neste mês a frequência mais assídua à mesquita. Além das cinco orações diárias
(salá), durante esse mês sagrado recita-se uma oração especial chamada Taraweeh
(oração noturna).
O jejuador deve abster-se de
tudo que vai contra a moral, pois o jejum é visto como uma grande prática de
disciplina e da doutrina, tanto espiritual como moral. A ação não se limita
somente à abstinência de comer ou beber, mas também de todas as coisas más,
maus pensamentos ou maus atos. O jejuador deve ser indulgente se for insultado
ou agredido por alguém, deve evitar todas as obscenidades, ser generoso, bem
mais do que os outros meses e aumentar a leitura do Alcorão.
Bem antes da alvorada,
durante a madrugada, há uma pequena refeição (su-hoor) que substitui o café da
manhã (pequeno-almoço) habitual, feita com alimentos e bebidas, com a intenção
de realizar o jejum que estará por vir, porque o Su-Hoor é uma benção enviado
por Deus, segundo o Alcorão.
Ao término de cada dia, com o
início do crepúsculo é obrigação do muçulmano quebrar o jejum imediatamente,
mesmo antes da oração, suplicando a Deus Criador, segundo relato de Maomé as
seguintes palavras: "Se foi a sede, hidrataram-se as veias, e se alcançou
a recompensa, com a permissão de Deus".
O iftar é o momento para reunir os membros da
família e os seus amigos numa celebração de fé e de alegria. Após esta
refeição, é prática social sair com a família para visitar amigos e familiares
e reunirem-se para a prática da oração.
Atualmente, com a ampliação
do diálogo interreligioso, algumas pessoas de outras religiões são convidadas a
partilhar este momento de convívio e é cada vez mais frequente que cristãos
ofereçam e celebrem um iftar para os seus amigos muçulmanos, bem como
muçulmanos ofereçam a cristãos.
O que é o Islamismo?
O
Islamismo é um sistema religioso fundado no início do século 7 por um homem
chamado Maomé. Os muçulmanos seguem os ensinamentos do Corão e tentam seguir os
Cinco Pilares.
Maomé clamou ter recebido uma visita do anjo
Gabriel. Durante essas visitas do anjo, as quais continuaram por cerca de 23
anos até a morte de Maomé, o anjo aparentemente revelou a Maomé as palavras de
Alá (a palavra árabe usada pelos muçulmanos para “Deus”). Essas revelações
ditadas formam o que hoje conhecemos de Corão ou Alcorão, o livro sagrado do
Islamismo. Islã significa "submissão", derivando de uma raiz que
significa "paz". A palavra muçulmano significa "aquele que se
submete a Alá".
Os
muçulmanos resumem a sua doutrina em seis artigos de fé:
1. Crença em um Deus: os muçulmanos acreditam
que Alá seja o único, eterno, criador e soberano;
2. A crença nos anjos;
3. A crença nos profetas: os profetas são os
profetas bíblicos, mas termina com Maomé como o último profeta de Alá;
4. A crença nas revelações de Deus: os
muçulmanos aceitam certas partes da Bíblia, como a Torá e os Evangelhos. Eles
acreditam que o Alcorão seja a perfeita a preexistente palavra de Deus.
5. Crença no último dia de julgamento e na vida
futura: todos serão ressuscitados para julgamento no paraíso ou inferno.
6. Crença na predestinação: os muçulmanos
acreditam que Alá decretou tudo o que vai acontecer. Os muçulmanos atestam a
soberania de Deus com sua frase frequente, inshallah, ou seja, "se
Deus quiser".
Os Cinco Pilares do Islã
Estes cinco princípios compõem o quadro de
obediência para os muçulmanos:
1. O testemunho de fé (shahada): "la ilaha
illa allah. Muhammad Rasul Allah." Isto significa: "Não há outra
divindade senão Alá. Maomé é o mensageiro de Alá." Uma pessoa pode se
converter ao Islamismo apenas por afirmar este credo. A shahada mostra que um
muçulmano acredita apenas em Alá como divindade, o qual é revelado por Maomé.
2. As orações (salat): cinco orações precisam
ser feitas todos os dias.
3. Pagar dádivas rituais (zakat): esta esmola é
uma certa percentagem administrada uma vez por ano.
4. Jejum (sawm): os muçulmanos jejuam durante o
Ramadã no nono mês do calendário islâmico. Eles não devem comer ou beber desde
o amanhecer até o entardecer.
5. Peregrinação (hajj): se fisicamente e
financeiramente possível, um muçulmano deve fazer a peregrinação a Meca, na
Arábia Saudita, pelo menos uma vez. O hajj é realizado no décimo segundo mês do
calendário islâmico.
A entrada de um muçulmano no paraíso depende da
obediência a esses Cinco Pilares. Ainda assim, Deus pode rejeitá-los. Nem mesmo
Maomé sabia ao certo se Alá iria admiti-lo ao paraíso (Surata 46:9; Hadith
5,266).
Portanto:
Os muçulmanos não acreditam
em livre arbítrio, visto que “tudo que vai acontecer” segundo a vontade de Alá (Deus).
Não acreditam em
reencarnação, visto que acreditam que serão ressuscitados para julgamento.
Acreditam em paraíso e
inferno.
Jesus era apenas um profeta e
não filho de Deus.
O Islamismo ensina que se pode ganhar o paraíso através de
boas obras e obediência aos Cinco Pilares. A Bíblia, pelo contrário, revela que
o homem não pode se comparar com um Deus (Romanos 3:23; 6:23). Apenas por
causa da misericórdia e amor de Deus os pecadores podem ser salvos através da
fé em Cristo (Atos 20:21; Efésios 2:8-9).
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