Agora pouco abri a minha caixa postal e lá encontrei o Pastor Luiz Alberto, ele me perguntou sobre o Natal, de como devo comemorá-lo. Eu aprendi com o Padre José que o Natal não é importante, porque todo mundo nasce. O velório católico também não é importante, porque todo mundo morre. Mas, sim, a Páscoa é importante, porque lembra de Deus libertando o seu povo do cativeiro, bem como quando Jesus mostra aos apóstolos que ele venceu a morte.
Ou seja, o Natal, bem como todos os dias de nossas vidas é uma boa oportunidade para ressuscitar os nossos espíritos, lembrar que a vida é bem mais que dar ou aguardar presentes. Mas eu sou egoísta. Todo Natal eu olho para as estrelas, dou uma volta pelo quarteirão, eu filo uma cervejinha aqui, um churrasquinho ali, mas quando fico totalmente só, não é em Jesus que eu penso, mas sim na princesa.
E aí, bate aquela solidão. Natal é gostoso, sempre sobra algum abraço para mim, mas o abraço que eu queria mesmo era da princesa. As missas natalinas sempre são um tumulto, o corredor é estreito, e a fila para comungar com Jesus é de intimidar até o mais veterano dos católicos. Apesar do espetáculo do tumulto das missas natalinas, Deus sempre ajuda o Padre Magalhães a encerrar a cerimônia com a sua tradicional benção de despedida. É um ritual bastante antigo, mas é nele que agradeço a Jesus por eu conseguir lembrar da princesa e peço para ele abraça-la, já que eu não posso fazer isso pessoalmente, pois corro o risco do Edson dar uma surra em mim.
Enfim, Natal e os outros dias da minha vida são apenas isso: pedir, pedir e pedir. Dar que é bom e poderia melhorar um pouco o perfil da vida, isso eu não aprendi. A culpa não é minha, mas sim de Jesus que mandou o Padre Magalhães que só ensina isso. O dia que o Padre Magalhães me der um presente, aí certamente tentarei dar um presente para você. Ou seja, eu sei o que espero desse Natal, mas não espere de mim nenhum presente. Eu ainda não aprendi a dar.
Frank K Hosaka - fhosaka@uol.com.br - (11)8199-7091 Diadema-SP
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