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terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Paquistão condena cristã à morte por blasfêmia


A cristã Asia Bibi entrega os documentos para apelar contra a sentença de pena de morte, no Paquistão (Ho/ AFP)


A vida de uma mãe de quatro filhos está por um fio. A cristã Asia Bibi, de 45 anos, é a mais recente vítima da abominável lei da blasfêmia que se converteu na mais draconiana do mundo islâmico, ao castigar com pena de morte insultos contra Maomé. Qualquer denúncia de blasfêmia significa prisão imediata até a data do julgamento, que no caso de Asia Bibi demorou um ano e meio.

Ainda que qualquer paquistanês seja suscetível de ser perseguido, até agora 50% das denúncias recaíram em minorias religiosas (4% da população). Em primeiro lugar, os ahmadis (uma seita que o Paquistão não reconhece como islâmica), seguidos muito de perto pelos cristãos.

Os problemas de Asia Bibi começaram com uma rixa entre trabalhadoras. Bibi havia sido encarregada pelo capataz de transportar água, mas as outras se negaram a beber porque ela é cristã. Elas discutiram. Alguns dias depois voltaram, como matilhas, dizendo que ela havia ofendido o profeta. "É uma armação total, uma vingança, como sempre", afirma Pilar Vila-Sanjuán, uma freira de Barcelona. "Mas aqui, para muita gente, as heroínas são as outras." Ou seja, as muçulmanas que querem levá-la à forca.

Vila-Sanjuán dirige o colégio Jesus & Mary, rodeado de cercas, como o restante das escolas de elite de Lahore. Depois de uma dezena de anos no Paquistão, ela não morde a língua: "Os presos cristãos são os escravos dos muçulmanos e sempre são eles que limpam as latrinas". E completa: "Desde o 11 de Setembro há mais intolerância, o cristão vive assustado e sonha em ir embora". Os cristãos no Paquistão, um pouco mais de 3 milhões, são pobres. E entre os cristãos, "os católicos são os mais simples". Varredor de rua é uma das profissões habituais.

A própria freira afirma que sofreu na carne as acusações de blasfêmia. Quando acompanhou um paroquiano que ia assinar o contrato de aluguel de um apartamento, "o proprietário ficou de pé atrás ao ver que era cristão", explicou. Vila-Sanjuán recriminou sua conduta e uma hora depois a polícia chegou "porque ela havia humilhado um muçulmano".

Na sexta-feira, um clérigo muçulmano prometeu o equivalente a 4.300 euros a quem matar Asia Bibi, caso o governo não a execute. "Na saída das mesquitas, em Lahore e Karachi, havia gritos contra os cristãos", lamenta Pilar Vila-Sanjuán. Duas semanas atrás, o cardeal Tauran – enviado pelo Vaticano para tratar com o presidente Ali Zardari – se reuniu com todos os bispos. O caso de Asia Bibi estava na agenda. Uma semana antes, o papa havia pedido sua libertação.

O ministro de Minorias solicitou seu indulto. Mas o Tribunal Supremo advertiu que não pode dá-lo enquanto não avaliarem o recurso. "Se a indultarem, terá de tirar sua família do país, para que não os matem. Até o juiz tem medo", opina a religiosa. Os partidos islâmicos já se organizaram para exigir o enforcamento de Asia e alertam que revogar a lei "levará à anarquia". ( G1 - 07/12/2010 - 14:56)


Que religião é essa que cultiva o preconceito e não tem um pingo de tolerância? E gosta de condenar  pessoas à morte?

(Selma)

2 comentários:

  1. Me aproveito do discurso de um gedeauta ausente, para ratificar seu pensamento:
    "Religião é ódio!"
    Enquanto nos dividirmos, nunca seremos uma "humanidade", de fato. Em tudo tomamos partido, inclusive nos políticos. Odiamos quem não se alinha conosco, seja no time de futebol, escola de samba, quem vai pra roça ou emparedado no bbb...
    Somos medíocres!

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  2. Selma, espero que consiga ver esse meu comentário, já que estou fazendo-o hoje, e ele vai ficar nessa página anterior.

    Nós, criaturas humanas, temos algumas vantagens biológicas, mas não somos hipersensíveis, nem somos pluriinteligentes.
    Grande parte dos comportamentos tem que ser aprendidos, e nos movemos por condicionamentos.
    Tem intolerantes que chamam isso de "a burrice humana".

    Ela- "a burrice"- serve para nos ocuparmos com uma coisa de cada vez- e para podermos ter concentração.

    Entretanto, sua desvantagem, está na chance de podermos ser fortemente condicionados a errar, a atenuar a idéia que fazemos do que seja errado, e a justificarmos os absurdos.

    Tem gente que chama isso de "lavagem cerebral".

    Os islâmicos de certos países estão desligados da realidade, e perderam a sensibilidade, devido a um condicionamento maciço imposto pelos meios externos.
    Eu me espanto que mesmo o conhecimento do horror ocorrido no dia onze de setembro, não os sensibiliza, e não os leva a moderar as atitudes.

    Eu já vi uma pessoa aparentemente certinha, "se transformar" ao ingressar num grupo alternativo.
    Dizem que dois juntos não é apenas um mais um, mas é outro grupo, com outra psicologia.
    O cada um do grupo de dois, ganha uma força inexistente na situação individual, e também os integrantes desse grupo, aceitam com mais facilidade, regras bizarras.

    Por fora, temos dó do que ocorre aos cristãos que vivem nesse país.
    Para o islâmico mediano, que vive ali, esse é quase um fato banal, pois ele tem "apoio mental" para encarar as coisas assim.

    Eu apenas torço pela vida dessa senhora, e pela invasão desse país pelas idéias democráticas, cristãs, budistas, etc, via mídia.

    E que passe a se desenvolver outra mentalidade dentro de alguns grupos entro desses países.
    E que haja apoio dentro desses novos "conjuntos" - a fim de que seus elementos também se fortaleçam.
    Eu não respondi anes, porque fiquei "digerindo" a notícia,por esses dias.

    Bom dia a vc.

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