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domingo, 6 de fevereiro de 2011

Como falar com Deus?

Hoje, o celular é mais importante que qualquer religião. Há celulares bastante impressionantes, o meu, por exemplo, me avisa por palavras que uma mensagem está chegando, ou lê aqueles longos textos com mais de dois parágrafos, e em português. Raramente eu leio a Bíblia, mas semana passada enfrentei uma longa fila no banco e li algumas cartas do João, através do celular.

É óbvio que a minha Bíblia digital é diferente das Bíblias do Sr Adilson, ele tem a versão original em aramaico e outra em grego, a minha está escrito numa língua adulterada, o do português, assinado pelo famoso padre Almeida. Mesmo assim, dá para perceber que o João usa a mesma técnica do Paulo, o de usar palavras nada diplomáticas para fazer o leitor aceitar Deus como ele exatamente é: inominável.

Na carta do João, ele afirma que é possível encontrar Deus. Por exemplo, quem pratica a bondade, Deus está dentro dele. Quem pratica a maldade, Deus não está nele. O conceito de Deus hoje é muito mais amplo, Deus é onipotente, onipresente e eterno, ou seja, Ele não vai ficar perdendo tempo dentro de alguém que fica calculando a relação custo/benefício de praticar bondades ou maldades. Eu, por exemplo, sou uma pessoa má. Sempre que vejo alguém falando mal do meu chefe, o Sr Bento XVI, eu sempre digo que sou ateu, que religião é perda de tempo, coisa de otário, enfim, eu repito tudo o que aprendi com o professor Milton Bins, o de que o Padre Magalhães é boa pessoa, mas não consegue escapar do péssimo hábito de fazer fofoca.

Várias vezes eu li o texto do professor, indagando "Você já pensou se Deus fosse bom?"

Ao contrário do que o Adilson afirma, eu não vou na missa para adorar a defunta da Maria, mas sim para encontrar as belas católicas loiras e de olhos azuis. Claro que é impossível adorar os olhos das pessoas na missa, uma vez que todo mundo fica olhando para a frente, escutando o padre falar, mesmo assim há muita coisa visível e que, graças a Deus, podemos contemplar e imaginar a criatividade e a engenhosidade de Deus ao fazer coisas assim tão redondas, tão protuberantes e tão motivadoras e que valorizam o sacramento do casamento.

Enfim, hoje não é negócio ser católico, graças ao crescimento explosivo do movimento evangélico. Muitos amigos meus abandonaram a Paróquia a procura do Deus Vivo e Verdadeiro. Os que não abandonaram a Paróquia, abandonaram os crucifixos ou a velha continência, toda vez que passamos diante de uma paróquia. Mas Deus é importante no mundo católico. Nós somos os únicos que tentamos nos conectar com Deus de todas as formas que a humanidade já tentou. Quando sentimos Deus bem perto, encostamos as mãos nas estátuas para conseguir a Conexão USB. Quando sentimos Deus meio longe, levantamos as mãos para tentar a conexão Bluetooth. Quando sentimos Deus muito longe, aí fechamos os olhos e apelamos para o Wi-Fi, os que rezam pouco usam a ponte Edge, os que rezam mais o 3G.

O Sr Adilson reclama que nós não estamos em sincronia com Deus. Mas que culpa nós temos se Deus nos enviou professores que nada sabem de aramaico ou grego? Ou que culpa nós temos se o nosso GPS apresenta um erro de 10 a 40 metros para localizar Deus? Ou que culpa nós temos, se Deus não quer atender o nosso chamado? Finalmente, que culpa nós temos por não termos crédito suficiente para completar a conexão? É por isso que o padre abre a velha Caixa Postal e repete as velhas mensagens que já foram escritas há mais de dois mil anos, mas elas são difíceis de colocar em prática no mundo atual.

Senhor Deus, o Senhor precisa mandar a Terceira Mensagem. Do jeito que as coisas vão indo, o Adilson vai logo logo mandar circuncidar o Bráulio, o pobre coitado já demonstrou que ele não se presta para conexões longas e muito menos servir de prova de fidelidade, principalmente agora que temos mais operadoras do que no tempo da Telesp.

Um comentário:

  1. Sr.Hosaka, o que eu mais aprecio,e o que eu mais apreciei no sr.- é que sempre foi "autêntico".

    Às vezes,eu tenho a impressão de que o sr.escreve enquanto saboreia uma bela pipoca- e que para conseguir esse seu naturalismo na escrita, eu ainda levarei uns anos.

    Mas, quanto às minhas "idas e vindas" religiosas,- "sinto" que estou em mais uma igreja budista onde não vou conseguir ficar.
    Tudo ali é bonito, eu teria boas chances de aprender a ser melhor, continuando ali,mas questões práticas poderão "separar eu e igreja".

    Aí, desse Vajrayana Theravada onde estou, eu poderia migrar para o Jodo Shinshu.(consegui ficar por uns anos, no Terra Pura)

    Enfim, Deus nos acha pelas esquinas como ele quer,e não como idealizamos,e com isso, temos que nos conformamos, afinal,não há nada a perder com isso, desde que consigamos ser felizes assim.

    Já teve um tempo em que eu pensava em ir em igrejas, para procurar "um alguém especifico"- mas há muito não penso mais nisso,pois todos os meus ícones românticos ou são ateus,ou são cristãos- e eu nunca consegui entender essa dicotomia em triplo sentido.(kkkkkk...)

    Uma boa semana ao sr.e uma boa semana aos blogonautas- espero que todos façam bom proveito do meu texto da Encrenca 34, onde continuei analisando a cantora lírica de Mitilene.
    Os outros textos que eu escrever a respeito,escreverei em outros sites.

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