Páginas

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Katie King e William Crookes

William Crookes estudou uma curiosa materialização que dizia chamar se Katie King, e que surgia por intermédio de uma médium chamada Florence Cook. A materialização era tão bonita que dizem que Crookes apaixonou-se pelo fantasma.

Katie King


Entre os homens de ciência que se interessaram por materialização de espíritos de seres já defuntos esta ar o eminente químico inglês William Crookes, que durante três anos (1871-1874) estudou uma curiosa materialização que dizia chamar se Katie King, e que surgia por intermédio de uma médium de pouca idade - 15 anos -, chamada Florence Cook.

Florence Cook apresentou-se a Williarn Crookes para pedir lhe que se ocupasse de seu caso As primeiras sessões se celebraram na casa do senhor Luxmore O famoso químico pôde constatar desde o princípio que contrariamente ao que se havia insinuado - a possibilidade do desdobramento da médium num ser igual a ela, não acontecia. Florence Cook e Katie King eram pessoas completamente diferentes. Efetivamente enquanto a aparição permanecia diante dele, ele percebeu com toda claridade que a médium soluçava dominada por um transe, dentro do camarim Não concedendo importância a esta prova, ele quis que o fantasma aparecesse no mesmo lugar em que se encontrava a médium Cook, em transe profundo - estado em que entram tais indivíduos para a produção de fenômenos - afim de comprovar se eram ou não duas pessoas iguais e verificar a hipótese ou não do desdobramento, já que o fantasma e sua médium mostravam ser incrivelmente parecidas.

Não demorou muito o dia em que Katie apareceu ao lado de Florence Cook. Mas deixemos que seja Crookes quem nos narre o sucedido: «Ocupar-me-ei agora da sessão celebrada ontem de noite em Hackney. Nunca Katie havia aparecido com tanta perfeição, por um período de quase duas horas ela passeou pelo quarto e conversou com os que estavam presentes. Enquanto ela passeava me segurou várias vezes pelo braço. A impressão que eu tive – de que era uma mulher viva que se encontrava ao meu lado e não um visitante do outro mundo – foi tão forte, que não pude resistir à tentação de repetir uma recente e curiosa experiência.»

”Convencido de que não era um espírito o que eu tinha a meu lado, minha acompanhante teria que ser uma mulher, pedi licença para segurá-la no colo, pois deste modo, esperava comprovar as interessantes observações que um ousado experimentador havia feito públicas pouco antes de maneira um pouco prolixa. Foi-me concedida licença e fiz uso dela do modo mais conveniente, igual que qualquer homem bem educado se conduziria em semelhante circunstância.”
«Katie afirmou que desta vez se sentia capaz de se manifestar ao mesmo tempo que a senhorita Cook Diminuí o gás dos lampiões e, com uma lanterna na mão entrei no aposento que servia de camarim. Antes havia pedido a um amigo, hábil taquígrafo, que anotasse todas as observações que eu pudesse fazer enquanto permanecesse no camarim pois nunca subestimei a importância das primeiras impressões; ademais, eu não queria confiar exclusivamente na minha memória e menos ainda quando isto não era necessário. Eis aqui as notas: «Entrei com precaução no camarim; estava escuro e tive que buscar a senhorita Cook às cegas Encontrei-a toda encolhida no chão.

«Ajoelhei-me ao seu lado e acendi a lanterna. Com a luz eu podia ver a jovem que continuava com a mesma roupa de veludo preto do início da sessão. Dava a impressão de completa insensibilidade. Nem sequer se moveu quando segurei na sua mão e aproximei a lanterna ao seu rosto; ela continuou respirando a um ritmo muito suave.

«Ao levantar a lanterna, olhei à minha volta e vi Katie de pé, justamente atrás da senhorita Cook. Ela estava com a mesma roupa branca a esvoaçante como todos a tínhamos visto desde o começo da sessão. Peguei numa das mãos da senhorita Cook com a que eu tinha desocupada e de joelhos movi a lanterna de baixo para cima, tanto para iluminar a figura de Katie como para me convencer de que quem eu via era a própria Katie, a mesma que minutos antes eu havia abraçado, e não uma simples visão de uma mente enfermiça. Ela não disse nada limitou-se a mover a cabeça em sinal de reconhecimento. Três vezes seguidas examinei com atenção a senhorita Cook que continuava encolhida diante de mim, para ter certeza de que a mão que eu apertava era a de uma mulher viva, e três vezes, também, enfoquei Katie com a lanterna para observá-la com bastante atenção até que não me coubesse a menor dúvida de que ela estava diante de mim. Finalmente a senhorita Cook fez um leve movimento e no mesmo instante Katie me fez sinal para que eu saísse. Retirei-me então a um canto do camarim e deixei de ver Katie, mas não abandonei o aposento até que a senhorita Cook despertou e entraram dois dos assistentes com luz.»

«A estatura de Katie é variável. Na minha casa eu a vi quinze centímetros mais alta que a senhorita Cook. Ontem pela noite, descalça e sem estar na ponta dos pés, ela media onze centímetros mais que a senhorita Cook. Também ontem pela noite Katie estava com o pescoço destapado. Sua pele era suave ao tato e à vista, ao passo que a senhorita Cook tem no pescoço uma cicatriz que em parecidas circunstâncias é além de muito visível áspera ao tato. As orelhas de Katie não estão furadas, ao passo que a senhorita Cook costuma usar brincos. A cútis de Katie é muito branca, e a da senhorita Cook pelo contrário, é muito morena. Os dedos de Katie são muito mais compridos que os da senhorita Cook e seu rosto é mais translúcido que o da médium. O cabelo de Katie é louro; o da senhorita Cook é castanho, mas parece um pouco negro...»


Beleza do Espectro
Quem defende que o romantismo teve audácia para deixar-se ver ainda no final do séc. XIX poderá entender o absurdo amor que, segundo parece, sentiu o físico William Crookes, dominado pelos encantos do fantasma de Katie King, assim fotografado pelo próprio Crookes numa das seções com Florence Cook: ambígua e estanha fotografia que nos leva a suspeitar das qualidade fantasmais da "Modelo". Era "Kate King" realmente um fantasma? É difícil sabe-lo.



Assim se formava Katie King
Uma personalidade científica da importância de Sir. William Crookes sentiu-se atraído pela materialização a partir de ectoplasma emanado do corpo dos médiuns. São clássicos seus estudos sobre o caso de Florence e suas materializações do fantasma de Katie King, de quem o prestigioso investigador obteve uma estremecedora série de fotografias que assombraram o corpo científico de sua época e ascenderam a imaginação popular do mundo inteiro.


Katie King e Crookes

Enquanto a médiun estava em transe o ectoplasma emanado de seu corpo adquiria a forma de Katie King. Crookes pode fotografar com todo o cuidado o fantasma, durante 4 anos e nas mais variadas condições de experimentação. Não foi possível constatar a existência de fraude.


Fotos do fantasma  (por Crookes)



(Selma)

Um comentário:

  1. Interessante a matéria, pena que o autor coloca em risco a veracidade do fato por dois comentários. O primeiro é afirmar que Sr. William Crookes apaixonou-se pelo espírito. Não citar a fonte fica parecendo fofoca e além disso, deve-se antes de citar a fonte ver a qualidade dela.
    Outra coisa é a ambígua frase "difícil sabê-lo" em se referindo a possibilidade do espírito ser uma pessoa e não um espírito. Se todo cientista tivesse que aprovar novamente para sua comunidade cada pesquisa depois de um certo tempo, onde a ciência estaria?

    ResponderExcluir