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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Consciência x Cérebro x Amor x Sentimentos

O que é consciência?
À grosso modo, podemos pensar em duas situações:
1.  se a pessoa está acordada ou não;
2.  ter consciência de quem se é e qual o papel no mundo.

Em termos médicos poderíamos definir o seguinte:

ESTAR consciente é fazer uso da razão ou da capacidade de
raciocinar e de processar os fatos que vivenciamos. ESTAR consciente
é ser capaz de pensar e ter ciência das nossas ações físicas
e mentais. Na clínica médica, podemos averiguar o estado
de alerta ou lucidez que uma pessoa apresenta num determinado
momento.

Assim, podemos perceber num exame clínico o estado
ou nível de consciência, no qual podemos encontrar as seguintes
palavras: lúcido, vigil, hipovigil, hipervigil, confuso, coma profundo
etc. Todas elas atestam o nível de percepção que temos em relação
ao mundo.

Alguém que utilize certas doses de álcool, por exemplo,
pode apresentar o seu nível de consciência reduzido (hipovigil) ou
até mesmo atingir o estado de coma.
De forma inversa, as anfetaminas (estimulantes) — muito utilizadas em dietas de emagrecimento
— costumam fazer o cérebro trabalhar mais depressa,
deixando as pessoas mais ‘acesas’, mais ‘elétricas’, com a fala
rápida, e podem provocar insônia e muita irritabilidade. Esse estado
é conhecido como hipervigilância.

SER consciente não é um estado momentâneo em nossa
Existência. SER consciente refere-se à nossa maneira de existir no mundo. Está relacionado à forma como conduzimos nossas vidas e, especialmente, às ligações emocionais que estabelecemos com as pessoas e as coisas no
nosso dia-a-dia. Ser dotado de consciência confere a  capacidade de amar!


Na realidade, a consciência é um atributo que transita
entre a razão e a sensibilidade. Popularmente falando, entre a “cabeça”
e o “coração”.
Falar sobre consciência pode ser uma tarefa “fácil” e “difícil”
ao mesmo tempo. O “fácil” são as explicações científicas sobre o
desenvolvimento da consciência no cérebro, que envolvem engrenagens
como atenção, memória, circuitos neuronais e estruturas
cerebrais, que só serviriam para confundir um pouco mais.

Nada disso vem ao caso agora. Aqui, vamos considerar o lado “difícil”, subjetivo e relativo ao sentido ético da existência humana: o SER consciente.
Mostrar apreço às condutas louváveis, ser bondoso ou educado,
ter um comportamento exemplar e cauteloso, preocupar-se
com o que os outros pensam a nosso respeito nem de longe pode
ser definido como consciência de fato. Afinal, a consciência não é
um comportamento em si, nem mesmo é algo que possamos fazer
ou pensar. A consciência é algo que sentimos. Ela existe, antes de
tudo, no campo da afeição ou dos afetos. Mais do que uma função
comportamental ou intelectual a consciência pode ser definida
como uma emoção.

Consciência é um senso de responsabilidade e generosidade baseado
em vínculos emocionais, de extrema nobreza, com outras
criaturas (animais, seres humanos) ou até mesmo com a humanidade
e o universo como um todo.
Talvez seja  uma espécie de entidade invisível, que possui vida própria e que independe da nossa razão.
É a voz secreta da alma, que habita em nosso interior e que nos
orienta para o caminho do bem.
A consciência nos impulsiona a tomar decisões totalmente
irracionais e até mesmo com implicações de risco à vida. Ela permeia
as nossas atitudes cotidianas (como perder uma reunião de
negócios porque o filho está ardendo em febre) e até as nossas
ações de extrema bravura e de auto-sacrifício (como suportar a
dor de uma tortura física e psicológica em função de um ideal). E,
assim, a consciência nos abraça e conduz pela vida afora, porque
está em plena comunhão com o mais poderoso combustível afetivo:
o amor.

O que me confunde, é saber que pessoas que tiveram danos cerebrais (caso Phineas Gage, p. ex), tenham ficado desprovidas de sentimentos. Nesse caso, o “sentimento” estava associado ao lado do cérebro lesionado.

Ou não? (Parodiando Caetano Veloso)...





(Selma)

6 comentários:

  1. To meio sem inspiração, vou comentar o último parágrafo, mas a leitura toda foi muito interessante.

    Pois bem... nunca podemos ter certeza se o doente realmente não sente ou apenas não tem condições de se manifestar. Há doenças onde a pessoa enxerga perfeitamente, mas não consegue reconhecer o objeto mostrado, ou o reconhece, mas não consegue se lembrar o nome. Será que todos os sentimentos que possuímos, conseguimos verbalizar normalmente? Outro dia tb vi a reportagem de uma mulher não demostrava expressão facial alguma. Nem os médicos sabiam se era um dano motor na face, ou ela não traduzia os sentimentos em expressões...
    Claro que o texto se refere a muitas outras coisas, mas o ponto que provoco é: não sentimos ou não expressamos?

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  2. Muito bom, Daniel. Mas eu classifico o sentimento e a expressão no grupo do software. Creio que o hardware é fundamental.

    Quando eu era mais jovem, eu expressava o meu sentimento através dos dentes. Cinquenta e dois anos depois, sem eles, as pessoas acham que estou fazendo careta, quando abro a boca.

    Isso traz à tona a clássica discussão do Professor, segundo a qual existe uma enorme distância entre quem manda e quem recebe a mensagem, o envelope faz toda a diferença.

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  3. Oi, Japa! Concordo contigo na analogia hardware/software.
    Vc com certeza já teve um HD com a placa lógica queimada. As informações estão lá dentro, gravadas no disco, mas "a eletrônica" do hd está impossibilitada de recuperá-la. De modo inverso, não adianta nada ter um HD funfando, se o formataram. Perdeu, playboy! Já era!

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  4. Existe uma diferença que é possível perceber- quando há sentimentos que não podem ser expressos,e quando realmente,existem menos sentimentos.

    Cada pessoa terá seus recursos para uma interpretação- mas dá para perceber essa sincronia ou falta dessa sincronia, quando se vê a conduta do paciente,e aí o tempo de convivência não pode ser curto.

    Eu por exemplo- costumo ser tão autocontrolada na vida "real"- que já fui confundida com uma pessoa "fria"- o que eu estou longe de ser.
    Na verdade, por ter me imposto uma postura mais rígida para o exterior por toda a vida, ainda estou indisciplinada "por dentro".

    Sem mais por enquanto- uma boa tarde,um bom final de semana a vcs.

    (por ex, agora eu queria bater nesse meu pc,onde não consigo enxergar o que eu estou escrevendo,mas ninguém desconfia disso)

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  5. Boa noite.
    Eu acredito na existência de uma alma imortal que se relaciona com o cérebro.
    Se perdemos a língua não podemos mais falar mas o cérebro ainda conhece a fala.
    Se o cérebro for prejudicado não podemos sentir emoções mas as emoções continuam guardadas na nossa alma.
    Quem mais do GD Terra reapareceu aqui?
    Eu achava que tinha encontrado a Srta Gwen nos comentários de notícias do Terra.
    Uma pessoa traduziu uma música do grupo de rock Abba para defender os guerrilheiros do Araguaia, eu pensei que fosse ela, hehehe.
    Mas essa pessoa não respondeu a minha pergunta, acho que era outra pessoa.
    Será que os outros ex-participantes não estão em outro fórum de religião?
    Alguém conhece um fórum de religião do estilo do GD de religião do Terra?

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  6. www.google.com.br
    É o oráculo onde tiramos nossas dúvidas.
    rsrsrs...

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