Não se assustem com o nome do texto.
Eu sei que eu já usei esse título para prosas "pessoais" que não deram muito certo no ex-gd do terra,mas atualmente, Encrenca está sendo o nome de uma série minha mais "cultural", tipo aquele Caderno 2, do jornal Estado de São Paulo.
(tenho trinta e uma escritas no blog azul, e uma escrita no JD)
Sou uma ativa seguidora do gênero musical ópera, e uma consumidora razoável de música erudita.
Poderia contar "de cor" alguns enredos de óperas- e já o fiz, no extinto gd- e como todo mundo que gosta de ópera, já fui fã do Richard Wagner, não sou mais tão fã assim.
Entretanto, não vou comprar os cds da Folha de São Paulo,pois não dá para gastar aquele preço toda semana, e eu já tenho quase tudo em mp3s.
Sequenciando um assunto no qual estou falando desde a Encrenca 16, nessa semana- sobre uma personagem antiga, e com uma história tão mítica,que parece improvável ter ocorrido realmente(embora eu sinta em meus neurônios, que realmente ocorreu,embora não do jeito que dizem) (leiam o inicio lá no blog azul)-
vou agora lembrar de como foi popular em música erudita, teatros e novelas, haver uma mulher suicida intencional ou por acidente, em nome do amor.
Isso tudo pode ter começado na história da tal fada da Grécia.
É o que mais tem, e o que eu mais ouvi nessas histórias musicadas.
Ofélia, Heloísa, personagens bíblicas, bruxas apaixonadas, elfas, Madame Butterfly, e mais recentemente- a babá Berenice da novela "Anjo Mau"(de 1.976), a Estela que fica tentando salvar a vida do Solano na novela Araguaia(ela já admitiu que está disposta a morrer por ele, se isso se fizer necessário, se ela não conseguir eliminar a maldição da tribo dela, sobre ele), e voltando aos tempos antigos, - a pequena sereia, de Hans Cristhian Andersen.
No mundo antigo, a mulher tinha fama de "não ter alma".
Entre tribos ainda mais antigas, o nosso poder, de procriadeiras -nos tornava ao mesmo tempo santas e impuras.
Com a urbanização primitiva das sociedades,deixamos de ter direito de ter "almas" e essa idéia ainda persistiu no Ocidente, até o inicio do Iluminismo.
Por isso,eu admiro as feministas e poetas antigas, bem como as santas que se tornaram mães dos deuses conhecidos.
As poetas,umas vezes, escreveram ou cantaram histórias previsiveis,que hoje achamos comuns demais.
Andei lendo bastante sobre a vida da "paraninfo" da cultura grega antiga, que foi Safo, de Mitilene.
Previsível,comum,mas com fama de grandiosa.
O que conferiu a grandiosidade a essa senhorita, apesar de alguns enganos que ela cometeu?
Foi o fato dela ter exaltado todas as preocupações femininas, ter exaltado a beleza, a importância dos sentimentos nobres, da honradez e da retidão de caráter.
Dela ter falado dos familiares de origem dela, de ter falado do irmão e da filha.
Do seu amor à natureza e à música, da sua religiosidade.
Mesmo o ato insano dela, se suicidando(ou fingindo que se suicidou) em nome de um amor.
Esse conjunto de circunstâncias, junto à maternidade exercida por dona Maria ao sr.JC, e por Mahaprajapati ao sri Santinho, serviram para mostrar a importância do mundo privado, ou seja- do lar e das relações pessoais,na formação e na manutenção das sociedades.
Para mostrar que a mulher tinha sim- um coração, e um coração nada submisso,mas grandioso, amoroso, e passional.
Que muita coisa existia e só podia existir, porque amávamos antes o bastante, para colaborarmos com tudo.
Se houver o pressuposto de que a existência da alma, conforme os moldes religiosos, deve ser confirmada na existência dos sentimentos, então Safo de Lesbos, sra Mahaprajapati, e mãe Maria, mais do que mostraram a "alma da mulher" e colaboraram para nos dar cidadania.
Bem como para exaltar nossas preocupações, colaborando assim com a atenção crescente às questões pessoais- lembrando que a sociedade e o mundo existem para as pessoas, e que assim é que tem que ser, se as pessoas irão sempre colaborar para a existência do mundo.
Isso aí.
(Safo foi poeta, cantora, foi envolvida em politica, foi mãe, foi ...algumas coisas que não devo dizer nesse site mais "família"...foi amiga, foi irmã, foi muito interessada em cultura, e ...acredito, ou cheguei à conclusão- foi a personagem que alimentou a famigerada lenda das sereias que afundam embarcações de marítimos desavisados, com seu canto lirico monótono.)
É alguém com quem me identifico, por ser eu mesma, dona de um coração explosivo em seus afetos, o tempo inteiro.
Isso aí, um abraço em vcs.
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Boa Noite, Srta Nihil,
ResponderExcluirLi o texto acima, eu achei bastante difícil. O máximo que consegui entender é que todas as mulheres são temperamentais e não há nada que os rapazes possam fazer para abrandar a explosividade do coração feminino. Ou entendi tudo errado?
Ho-hó, sr.Hosaka, vou responder atrasado, com um dia de distância.
ResponderExcluirAcho que tem muitas mulheres calmas,mas todas temos um coração que se pretende do tamanho de uma casa.
Nele cabem namorados, pais,irmãos, filhos, amigos, gds e blogs(kkk...) gatos e cachorros de estimação, causas públicas, e alguma confusão.
Não se preocupe, esse está sendo o meu "canto lírico" desse período em nossos blogs, - estou me divertindo.
Eu andei te contando que tenho sentido ultimamente, uma imensa aridez nesse meu "solo interior".
Me identificar com uma personagem antiga que regava esse "solo interior" diariamente, está me fazendo sorrir de novo, há muito eu sentia falta disso.
Lembro de também ter dito ao sr.que o sr. tem que fazer o que pode trazer alegria, por isso, não ligue para a bronca da "oposição".
Aliás, vc nem sabe que quando eu escrevi isso na semana passada, eu estava aí em Diadema, e em seguida, eu segui para o templo budista.
Deverei tentar voltar em julho.
Sempre "disfarçada".
Ótimo domingo ao senhor.