Hora vazia é um fenômeno dos tempos atuais. Na época de nossos ancestrais, o estômago doía e o camarada era obrigado a andar quilômetros até conseguir o que comer. Hoje temos uma agricultura e pecuária altamente produtiva, basta o camarada tirar a bunda da cadeira, passar na padaria, na quitanda e no açougue e ajeitar tudo na geladeira, coisa de no máximo duas horas, o que acaba sobrando 22 horas.
Boa parte da humanidade aprendeu a fechar os olhos durante 8 horas, reduzindo o drama da hora vazia em 14 horas. Graças a Internet, temos espaço de sobra para produzir uma infinidade de blogs, onde um defende que o espiritismo é o futuro da religião e outro contra ataca, afirmando que o espiritismo é coisa de quem gosta de viajar.
Mas, o tempo médio de conectar na Internet é de quatro horas, pois as cadeiras são desconfortáveis e a bunda começa a ficar roxo, o fluxo sangüíneo pára por ali e o camarada começa a ter ataques de caimbras. Restam, portanto, dez horas vazias.
Eu dedico essas dez horas para a princesa, vou ajuntando dinheiro para comprar uma dentadura para poder voltar a sorrir. Outros têm capacidade mediúnica avançada e vão psicografando o que espíritos vão relatando o que existe do outro lado da vida, onde o drama das horas vazias é muito maior.
E o Adilson, o que ele faz com as suas horas vazias? Ele não é mediúnico, não tem princesa e nem um catatausinho para ajudá-lo nesses intermináveis trabalhos escolares. O Adilson também não tem sequer cabelo para ter o trabalho de escová-los. Foi por isso que o Dr. Esio lho chamava de um pobre coitado.
Frank K Hosaka
fhosaka@uol.com.br (11)8199-7091 Diadema-SP
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