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quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

A vida antes da morte - parte 2 de 99

O Estado de S Paulo: O Brasil na Antártida

Há 30 anos, em dezembro de 1982, o navio oceanográfico W. Besnard levou a primeira equipe oficial de pesquisadores brasileiros para a Antártida, numa missão de grande significado político e científico para o País. Apesar da relevância inegável desse projeto, a efeméride serve menos para celebrar seus resultados até aqui, muito aquém do desejável, e mais para lembrar que o Brasil, em áreas críticas como educação e ciência, não consegue transformar sua vontade de ombrear-se com as grandes potências em realidade.


Embora aos leigos pareça apenas uma aventura de cientistas num lugar remoto e gelado do planeta, o Programa Antártico Brasileiro (Proantar) é fundamental sob vários aspectos. O principal deles é o estudo do clima, porque é na Antártida que surgem as frentes frias que atingem a agricultura em várias partes do País, além de sua relação com outros fenômenos meteorológicos - alguns especialistas sustentam que a Antártida tem mais importância para o clima no Brasil do que a Amazônia, que, no entanto, recebe muito mais atenção. Ademais, os estudos sobre a cadeia alimentar de peixes e animais marinhos feitos na região têm utilidade imediata para o Brasil. E as pesquisas geológicas são relevantes porque, conforme prevê o Protocolo de Madri, assinado em 1959 por todos os países com reivindicações sobre o continente, o aproveitamento econômico dos recursos naturais da Antártida começará a ser debatido a partir de 2048.

Apesar disso, o Proantar recebe muito menos recursos do que deveria, sem mencionar que a disponibilidade da verba oscila de modo acentuado de ano para ano, dificultando qualquer planejamento. O orçamento era de R$ 2,7 milhões em 2002, passou para R$ 30 milhões em 2009 e caiu para R$ 10,7 milhões em 2012. A previsão para 2013 é de R$ 29 milhões. Para efeito de comparação, a China, que sente muito menos que o Brasil os efeitos climáticos originados na Antártida, investe dez vezes mais e tem três centrais de pesquisa no continente gelado. Já o orçamento dos EUA é mais que o dobro do chinês. Não se pode falar em "competição" observando números como esses.

Ademais, os R$ 29 milhões previstos para 2013 não cobrem os custos da reconstrução da Estação Antártica Comandante Ferraz, consumida num incêndio em fevereiro. Segundo cálculos de especialistas, seriam necessários R$ 100 milhões, dos quais R$ 34 milhões somente para desmontar a estrutura danificada. O próprio Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação considera insuficiente o aporte de recursos e, em razão disso, projeta uma demora de até 10 anos para concluir o trabalho de reparação da estação.

O incêndio da base Comandante Ferraz foi a nota mais triste desses 30 anos de trabalho na Antártida - nele morreram dois militares e foi consumida parte considerável do trabalho científico lá desenvolvido. Mesmo essas pesquisas, no entanto, eram limitadas pelo fato de que os cientistas trabalhavam apenas na costa do continente, cujo clima é pouco representativo da Antártida em geral. Somente em 2012, os pesquisadores conseguiram instalar um módulo de estudos no interior da Antártida, permitindo a realização de investigações mais aprofundadas sobre geologia, química e astronomia, como já fazem outros países há muito tempo.

Pode-se argumentar que há outras prioridades para o investimento dos recursos públicos - se tiver de escolher entre comprar equipamentos militares para policiar fronteiras e financiar estudos científicos, o governo certamente fará a primeira opção. No entanto, não é incomum observarmos a alocação de polpudas verbas para rubricas de importância duvidosa, ainda que sempre se possa inventar algum "interesse nacional". Ou seja: o problema não é falta de dinheiro, mas de prioridades. A situação do Proantar é, portanto, uma marca da enorme distância que há entre as pretensões do governo, a respeito da capacidade do Brasil de rivalizar com as nações desenvolvidas, e a realidade de um país que investe muito pouco em áreas essenciais para tornar seu desenvolvimento efetivamente sustentável, e não assentado num amontoado de bravatas ufanistas.

10 comentários:

  1. A seção que mais leio no Estadão é sempre o editorial, e como ele é gratuito, deixei de ser assinante por muito tempo.

    Quando o Estadão lançou a versão digital, eu assinei novamente para conhecer essa tecnologia, ele ficou extremamente pesado no iPad, deixei de lado a versão digital, mas continuei com a assinatura.

    Hoje, no entanto, o meu acesso à versão web do Estadão foi condicionado à minha assinatura. Por questão puramente pessoal, só vou publicar no blogue da Selma somente as matérias que não exigem o código de acesso do assinante, esse é o mínimo que posso fazer pela família Mesquita.

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  2. YESHUA TRANSGREDIU A LEI DE DEUS?

    Os ebionitas são os verdadeiros seguidores de Yeshua haMashiach.
    Os ebionitas são judeus como Yeshua, Pedro, Tiago, João, os ebionitas não são cristãos.
    Os cristãos afirmam que Yeshua quebrou a Lei de Deus ao curar um homem na sinagoga, no sábado.
    Eles se baseiam nesta passagem de Mateus:

    E JESUS PARTIU DALI E ENTROU NA SINAGOGA DELES.
    E ESTAVA ALI UM HOMEM, E A MÃO DELE ERA SECA; E LHE PERGUNTARAM, DIZENDO: É LÍCITO CURÁ-LO NO SÁBADO?
    E ELE LHES DISSE: QUAL DENTRE VÓS QUE TENDO UMA OVELHA, SE ELA CAIR NUMA COVA NO DIA DE SÁBADO, NÃO A LEVANTARÁ?
    E PORVENTURA NÃO É O HOMEM MELHOR DO QUE A OVELHA? PORTANTO, É LÍCITO FAZER O BEM NO SÁBADO.
    ENTÃO DISSE AO HOMEM: ESTENDE A TUA MÃO; E ELE ESTENDEU A SUA MÃO, E ELA TORNOU-SE COMO A OUTRA.
    E ENTÃO OS FARISEUS FORMARAM CONSELHO E CONSPIRARAM CONTRA ELE, PARA O MATAREM.

    Essa alegação é falsa e prova o distanciamento dos cristãos de Deus e o desconhecimento pelos cristãos da Lei de Deus (Torá).
    As curas de Yeshua não envolviam trabalho, as curas eram feitas por palavras ou colocando a mão na cabeça do doente e portanto era impossível que fossem trangressões do sabado.
    Além disso, a Lei de Deus nunca proibiu a cura no sabado.
    Em Israel os acidentados são socorridos no sabado, os hospitais não fecham, as cirurgias (envolvem trabalho) não são canceladas, os judeus ultraortodoxos, operam e são operados no sabado.

    Que Javé (Yahveh) vos abençoe.

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    1. Yeshua era ebionita? Você lembra de alguma passagem da Bíblia onde afirmam tê-lo visto torcendo o pescoço de uma pomba?

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    1. Feliz Ano Novo ao Sr também.
      Agora, uma dúvida que surgiu entre mim e o Sr Adilson, o João Paulo é seu primo?

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  4. Olá, André Hosakinha ! Ardendo muito esse teu rabicózinho de católicuzudinho ? Faça como o teu papa: de meia em meia hora leve uma enrabadinha do guarda suiço, o Hans Sppiter, hehehe.... Auf wierdesehen , guten tagen.

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    1. No meu almoço só teve frutas, pêssego e ameixa. A minha mãe me disse que não posso comer o pêssego sem tirar a casca, e eu disse para ela que isso não faz sentido tirar a casca do pêssego, uma vez que os dois tem o mesmo tipo de agrotóxico.

      E o Sr, você tira a casca do pêssego?

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    2. Neste fim de ano o Hosaka e o 233 foram ao Mato Grosso caçar onça. No fim do dia 31 ao voltar para o Hotel o 233 levou uma oncinha parda enquanto que o Hosaka levou uma grande pintada ! hehehe

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  5. Eliezer Ben-Yehuda Abravanelquinta-feira, janeiro 03, 2013 2:19:00 PM

    Eu nunca entendi por que os cristãos criticam os judeus pelos sacrificios de animais se foi um mandamento de D'us.
    Avraham, Yitzack e Yaakov ofereceram animais em sacrifico.
    Os pais de Jesus, José e Maria ofereceram duas pombas em sacrifico de acordo com os livros dos mesmos cristãos.
    Se Yeshua era conta o sacrificio de animais porque nunca disse nada?
    Se Yeshua era um judeu religioso durante seus 33 anos de vida deve ter oferecido várias oferendas a D'us no Templo.

    Shalom!

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  6. Neste fim de semana passado Hosaka e o 233 foram ao Mato Grosso caçar onça. No domingo ao voltar para o Hotel o 233 levou uma oncinha parda enquanto que o Hosaka levou uma grande pintada ! hehehe

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