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segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O perígo de soltar a língua

Rafinha Bastos é assunto vetado para CQCs


O próprio Rafinha Bastos, compulsivo tuiteiro, com 3 milhões de seguidores, postou zero, nenhumazinha mensagem sobre sua suspensão da bancada do CQC, cogitada desde a Veja SP que espinafrou seu currículo, de alto a baixo, na edição publicada ontem. Tudo o que ele conseguiu postar ontem foi um link com “matérias falando bem de mim”. Má reação.
Marcelo Tas, Marco Luque, Danilo Gentili, Rafael Cortez, Monica Iozzi, Oscar Filho, Felipe Andreolli e mesmo o diretor do programa, Diego Barredo, não estão se manifestando sobre o caso, a pedido da direção da Bandeirantes, e só da cúpula pode sair qualquer comunicado, quando for oficial.
A gota d’água para a suspensão de Bastos foi uma tentativa de piada, frase inconveniente, proferida por ele na última edição. Quando Marcelo Tas mencionou que a cantora Wanessa Camargo estava uma gracinha grávida, Bastos replicou: “Eu comeria ela e o bebê”.
Gentili, há poucos minutos, ao tomar conhecimento de que Bastos estará fora da bancada pelas próximas semanas, não se conteve e postou a seguinte frase no Twitter: “Sempre enxerguei algo mais significativo sendo construído por um comediante linchado por falar merda do q por um queridinho por puxar sacos.”
É um evidente apoio ao colega.
Ao contrário de Marco Luque. Antes que a direção da Band pedisse aos CQCs que evitassem dar declarações públicas sobre o caso, Luque postou na internet seu repúdio à frase de Bastos. Luque é amigo pessoal do marido de Wanessa, Marcus Buaiz, sócio de Ronaldo Fenômeno, e foi aliás dessa relação que nasceram as negociações para a ida de Ronaldo ao estúdio do CQC, na abertura da temporada deste ano.
Bem hoje, dia em que a direção da Band resolve tirar Bastos de cena, a revista The Observer, do Guardian, publicou uma matéria sobre o sucesso do stand up no Brasil, puxando a brasa para Danilo Gentili. Salvo o fato de a reportagem atribuir o humor de Gentili e cia. (citando inclusive o próprio Bastos) a uma resistência às elites (oi? é para rir?), é saudável notar que o movimento esteja mexendo com o cenário cultural local, com ecos em um reino tão e tão distante.

 Cristina Padiglione

Comentário:
Enviado por: Camilla Martins
O melhor comentario sobre essa decisão da Band eu vi no twitter, retuitado pelo Jean Willys: @agner: Falar mal de lixeiro, a Band não faz nada. Falar mal de negro, a Band não faz nada. Falar mal da Wanessa Camargo, demitem.

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