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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Quando um poeta me deu a chave "do sótão"(conto)

Estou devendo a poesia "em destaque" para esse período,mas no lugar da mesma,vou publicar um conto.
Ano passado, fiquei prática nisso,quando escrevi o "longa" "Quase um Brâmane".
A história de agora,  é para festejar um aniversário ocorrido em catorze de outubro.
O aniversariante não vai ver minha missiva,mas ainda assim, e como esse é um local muito visível na web, deixarei "o recado" aqui.
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Tudo começou no início de 2.010,quando eu - ao me aprofundar na psicologia do Angulimala(protagonista do "longa" "Quase um Brâmane"), vi que "não temos nada a ver um com o outro".
Posso ter alguns quesitos da psicologia de alguém semelhante a ele,mas que viveu dezenas de milênios atrás .
Mestre Buda não gosta de "prosa furada".(os cinco preceitos do budismo são "não matar,não roubar, não se embriagar, não ser imoral,não falar demais,ou não falar mentiras)
Ele não ia me deixar envolvida num engano.
Comecei a ter uns sonhos loucos,e me lembrei das poesias que escrevi,até pouco antes de ficar incluída digitalmente.
Mesmo não me ocupando,provisoriamente, desse passatempo- mantive  o registro de todas(escritas desde 1.975) em cadernos escolares.
Uma das primeiras coisas que contei ao professor Andros,no gd do terra,foi sobre esses  "cadernos escondidos".

Às vésperas de um casamento,me ausentei do mesmo gd, porque  era o evento de uma amiga, e decidi renovar o guarda roupa.
Esse "clima" me influenciou outro sonho, na noite do dia dez de setembro.
Eu havia deixado de trabalhar no emprego atual,para fazer um curso  de Gastronomia no interior de Sampa, por um ano.
Lá, fiz umas amizades,e fui admirada pelo meu "jeito" cortês,mas sempre reservado.
Me interessei por um moço,e  eu  vi que ele se interessou por mim.
Para escapar à solidão das viagens prolongadas, nos aproximamos,e tivemos um namoro.
Que durou enquanto durou o curso.
Perto do final - e cada um de nós já tinha um emprego certo para ir- fui embora ,e não participei  da formatura.
Nunca levo a sério amizades que faço  longe de casa- então não dei nenhuma informação sobre mim,ao Joaquim, o rapaz da história.
(mais novo do que eu)
Voltei para casa,e feliz, fui trabalhar no emprego "para ganhar mais". Em pouco tempo, renovei minha aparência e  troquei o enfeite da parede da sala.
Pensava no Joaquim,mas gostava dele como amigo.
Supunha que àquela altura,o mesmo havia retomado o noivado dele, na sua cidade de origem.

Meses depois, mamãe foi me chamar.
Havia uma visita para eu.
Fui à sala,e ...quem eu vi...o Joaquim.
Ele estava lá ..."porque queria que "nosso encontro" continuasse".
Eu pus as mãos nas faces dele,obrigando-o a me encarar.
Como ele havia me achado?
Havia subornado a Secretaria da escola?
Por que ele gostava tanto assim de mim?
Ele apenas sorria.
Dizia que eu estava bonita.

Sem saber o que dizer -acordei do sonho.
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Ocorreu o casamento.
Dias e semanas se passaram.
Eu sorria pensando- e se houvesse alguém que -ao se importar tanto comigo- fôsse capaz de me achar em qualquer lugar do mundo?
Esse é o tipo de amor "que anda deixando de existir".
O nome do "menino" era Joaquim Brasil,e eu o havia visto assinar  assim várias vezes, na lista de presenças da escola do sonho.

Um mês depois.
Fui a um templo budista no interior de São Paulo.
Sou praticante dessa religião,e também costumo ir lá sempre que desejo "ficar misturada" com a natureza-e ali, ela é exuberante.
Não estou mais praticando o "Terra Pura",mas sim,o "vajrayana" de um grupo localizado perto de casa,atualmente.
Naquele tempo,porém, eu ainda ia regularmente, àquele da outra cidade.
Voltei mais cedo,e como o ônibus intermunicipal passa na Paulista, desci ali.
Caminhei até à Augusta,  fui a um sebo  conhecido meu, onde é possível encontrar raras preciosidades literárias,em bom estado de conservação.
Esse "sebo" serviu por um bom tempo para abastecer minha estante, e foi ali que comprei uma coleção de revistas de artes plásticas, em edição antiga.
De vez em quando, apareço lá,para procurar os quatro números faltantes.
(97,98,99,100)
Muitos livros espiritualistas, de filosofia,da literatura mundial,e sobre as primeiras idéias da Psicanálise, sempre são vistos em suas vitrines envidraçadas.

Depois de "não achar novamente" as famosas revistas faltantes em minha coleção,desci a escada,e  fiquei de novo,do lado de fora, para ver os livros através do envidraçado.
Um de capa azul,me chamou uma atenção especial.

"...tecelão de mitos...a poesia da fulana de tal ...autor, Joaquim..."
Falei com o balconista,e perguntei sobre aquela moça.
Ele me contou um enredo operístico,- e um pouco falacioso -sobre ela.
Eu tinha ouvido aquela história nos meus dezesseis anos,mas nunca mais soube de nenhum dado biográfico sobre a personagem, nem jamais-antes de outubro passado, li as poesias dela.
Comprei logo.
Voltei para casa, folheando-
Comecei a ler aos versos escritos pela mesma,não parava mais de chorar.
(é minha "fala" que está ali expressa,a diferença é que se trata de uma linguagem arcaica.)
Fiquei lendo e relendo o livro por uns dois meses.

Ela foi uma hierofante antiga dos deuses Eros e Vênus,e também, o tipo de morte que dizem que ela teve,nunca aconteceu-e na verdade,essa história foi uma piada que ela inventou, para que não a aborrecessem em sua velhice.
(lembro que certa vez, pedi para dizerem a alguém que "eu não estava". Quando me perguntaram que desculpa dariam sobre minha ausência, eu sugeri que contassem que eu havia sido "abduzida".(kkkkkkk...)

Um mês depois,comecei a  me importar bastante com o autor do livro.
Seu nome é o do personagem do meu sonho.
Procurei pelo mesmo,na web.
Tem um currículo enorme-  é literato,e traduziu também a Antologia Palatina- uma compilação produzida por um poeta romano,de versos mais antigos ainda, escritos por romanos e gregos,sobre o amor.
No sonho- ele me apareceu como um moço bem jovem -mas na realidade,é mais velho do que eu- e eu é que sou a "menina" -  perto dele.
Ficou uns vinte anos se ocupando com pesquisas sobre a obra dessa poeta.
É mineiro,mas viajou pelo mundo- atrás de informações sobre a "doidinha" de outros tempos.
Ainda leciona numa faculdade.

Não fui mais a mesma,e me encontro em "ebulição" há um ano.
Não sofri com o final do gd do terra,no dia dezoito de novembro.
Voltei a escrever poesias.
(eu havia dado um tempo,desde 2.006)
Assumi de novo,  meus reais valores.
Perdi o medo de mostrar meus versos,perdi o pejo dos meus sonhos pessoais, e dos meus sentimentos.
Pejo esse que me provocou uma autodivisão tão séria,tempos atrás, que me fazia viver brigando.
( vcs estão lembrados)
Por uns anos, não precisarei de terapias psicológicas.
Tenho a "chave da minha alma", só falta determinar precisamente para eu,um ideal.
Eu sei que sou fróidista,e que eu nunca "vou me curar" disso.
Mas o freudianismo é compatível com "aquilo tudo" que eu "vi".

Eu desejo um feliz aniversário atrasado ao sr. Joaquim.
Dificilmente iremos conversar virtualmente,mas a simples energia favorável enviada a alguém de quem gostamos,  é um bem- e eu desejo o melhor a esse que "devolveu eu,a eu mesma".
Não escrevi essa crônica no final da semana,porque não deu tempo.
Oxalá, tenham gostado da história, e que a mesma não tenha parecido "sentimental demais".
Eu tinha que prestar essa justa homenagem a quem a mereceu.
Aproveito,e mando um abraço para os outros aniversariantes desse mês,porque tem muitos librianos e escorpianos,na população brasileira.(os escorpianos de outubro, aniversariam a partir do dia 23)
Ao mesmo tempo, apesar das chuvas, vivam todos uma feliz primavera,com flores em seus jardins,e com flores ainda mais belas em suas almas.

Não banco mais a "durona".
Aquela atitude foi loucura da minha parte.
E eu a tive porque eu queria me adequar a um sistema social que sempre pede muita assertividade,mas o "caminho" não é por aí...
Estou mais humana,e assim,desejo permanecer.
Não existe motivo de embaraço  nos sentimentos amorosos- e menos ainda,na autenticidade de conduta.
Vergonha mesmo,é não querermos assumir nossas reais necessidades.

Vocês são meus amigos.
Acho que essas palavras serão uma boa influência sobre vcs também.

Um abraço.

ººººººººººººººº(essa "nota" será transferida para minha página aqui no blog,depois)

Srta Mala Uquete Nihil,ou simplesmente,Malú,

http://images.google.com.br/images?hl=pt-BR&q=natureza+flores&gbv=2

2 comentários:

  1. Oi Nihil! Mandei um convite para vc ter a sua própria conta nesse blog, de forma que quando vc publicar um texto, já virá com sua assinatura... A mesma coisa que o Hosaka e os demais fizeram (Hosaka, Robson, VV, Marciano Alado). Tudo bem?
    Abs.

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  2. Ok, Selma,obrigada,eu estava mesmo curiosa por isso.
    Acho que vou "atender ao convite" depois de amanhã,porque demorarei a olhar meu e-mail.

    Agradecida pela atenção,oxalá eu possa assinar meu apelido Nihil.
    Assim terá mais graça.(kk...)
    Até logo.

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